Conselho de Finanças Públicas não vai avaliar programa do PS
A decisão de Teodora Cardoso surge depois de o Governo ter defendido uma análise às contas dos 12 economistas do PS.
O Conselho das Finanças Públicas (CFP) não vai analisar o programa macroeconómico do PS nem de outros partidos. Numa nota publicada hoje da autoria da presidente da instituição, Teodora Cardoso considera que o CFP não tem as ferramentas "adequadas" para o fazer.
A decisão de Teodora Cardoso surge depois de o Governo ter defendido uma análise do CFP e também da UTAO às contas dos 12 economistas do PS.
"Para alguma instituição poder desempenhar na sociedade portuguesa um papel que nele se inspire na avaliação dos programas políticos, falta-lhe ainda construir uma panóplia de ferramentas adequadas, que exigem informação sólida e conhecimentos específicos, a nível macro mas também sectorial, além de experiência que só o tempo confere", refere a nota.
O CFP "continuará a desenvolver os instrumentos técnicos destinados a contribuir para a avaliação de políticas", embora a sua aproximação às experiências de outros países - o CBO americano, o CPB holandês e o IFS britânico - "requeira também a extensão do seu mandato". No mesmo documento, Teodora Cardoso assinala que, como o CPB recorda, "convencer os eleitores a optar por uma ou outra plataforma política é prerrogativa dos políticos".
"Aos conselhos de finanças públicas compete contribuir para melhorar a qualidade da informação à disposição dos eleitores de forma objectiva, baseada em dados e experiência, mas excluindo interpretações de base ideológica".
O apelo do Governo para a análise do CFP e da UTAO faz parte da estratégia de ataque à credibilidade do programa macroeconómico entregue por 12 economistas a António Costa. O CFP não o fará. Quanto à UTAO foi a própria maioria que recuou na formalização do pedido.
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